Alpinista de Mutá

O início de tudo é uma conformação anti-caos. Queria dizer desse estado de coisas poéticas e poeirentas que vemos nas esquinas e seringais. Esse, do caos surgido, como resposta ao favor natural de conformar as falsas harmonias, pretende-se ao em espera do universo. Acredita poder surgir do conflito uma natureza e uma possibilidade de identidade (inda que arbitrária) que nos conduza a uma atitude de agressão ao espaço sedentário. É poesia isso. E inspira-nos Hélio Melo, autor da floresta, com sua representação do real. Conduz-nos o tempo e a sombra desse tempo, numa hora incerta a dar declarações sobre a pele do concreto e dos óbulos. Vamos caminhando, nos atrepando em árvores e rios, alpinistas de mutá, alcançado pouca coisa mais que a geometria curta dos dedos, mas sonhando extrair dali uma essência sublime para negociar a vida.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Nossos profetas profanos!

Ideologia
Composição: Cazuza/Roberto Frejat

Meu partido é um coração partido

E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...

(...)

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder

Ideologia! Eu quero uma prá viver
Ideologia! Eu quero uma prá viver...


* * *

Não sei vocês, mas parece que os profetas profanos, homens que profetizaram sobre as verdades da vida sem serem religiosos, estavam assistindo a política local e se pronunciando! Meu coração fala... Meu coração que fala... Meu partido é um coração partido...

As ilusões de mundo melhor, noções de primeiro mundo, modernidade que nunca vem, "estão todas perdidas"...

Os sonhos de uma vida melhor, poder ter liberdade de expressão, melhor estrutura, foram todos vendidos em troca de cargos, DAS's, licitações direcionadas, malas, cuecas, mensalinhos, mensalões, CSS (a nova CPMF)... e o pior: tão barato que eu nem acredito!

A constituição americana da democracia tem como história um grupo de fazendeiros que escolheram um deles para representar os outros. Portanto, estar no "poder" deveria ser estar diretamente "a serviço de" um grupo de iguais. Iguais que se tornariam maiores porque o escolheram para representá-los. Ao invés disto, viraram inimigos, destruindo os direitos daqueles que deveriam proteger e servir. Nada de 13º salário (por que tanto brigaram), se fizer greve corto o ponto, contribua mais (mais IMPOSTO), estude menos, seja menos saudável, faça empréstimos livres até se endividar todo... E quando procuro meus heróis, vejo que morreram de 'overdose', totalmente drogados pelo mesmo dinheiro que deveriam usar bem a meu favor, e os que estão no "poder", viraram meus inimigos ao invés de me representar!

Por isso pessoas não tem mais uma ideologia pela qual viver! Ouço por aí - "Por favor alguém compre meu voto! Preciso de dinheiro!"

Profetas! Profanos, mas sempre profetas!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Brasil Olímpico


Creio que, como a maioria esmagadora dos moradores destas terras, tenho acompanhado os Jogos Olímpicos mais do que deveria. Ou pelo menos da maneira errada. Há coisas que não consigo entender com clareza por mais que me esforce. Esta situação de todos os países condenarem 'oficialmente' a guerra entre Rússia e Geórgia mas não tirarem o olho do quadro de medalhas, me faz refletir sobre quem sou neste universo crítico.

* * *
Ninguém protestou deixando de participar. Ninguém julgou a participação da Rússia inconveniente num contexto de 'irmandade' dos jogos. Ninguém deixou de olhar para o quadro de medalhas, sobretudo da maneira como convém.

* * *
Os EUA chegaram a mudar o referencial para parecer melhor. Todos sabem que o que mais vale é o número de medalhas de ouro que qualifica melhor, e não o total de medalhas. Mas era circulado nos EUA que eles estavam em primeiro porque tinham mais medalhas que a China. Até que a China os ultrapassou até no número total.
* * *
Quanto ao Brasil, o melhor é ouvir as declarações do tipo "ficamos em sétimo, mas é muito bom, pois nas Olimpíadas passadas ficamos em oitavo". Nesta projeção, até a volta de Jesus o Brasil estará bem melhor! Oh!
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Isto me lembra uma música do Gabriel, o pensador: Brazuca é bom de bola (...) porque não existe educação pro povo no país do futebol. E neste contexto nos frustramos porque percebemos que nem somos um país 'moderno' (falta água encanada à maioria, esgoto, salário digno, emprego, escola, posto de saúde, acesso, etc., etc., etc.) e nem somos um país expressivo nos esportes.
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E ainda ficam os locutores das emissoras que transmitem obrigatoriamente a mesma coisa querendo inscrever em nós o pensamento de que, se não somos tão bons em assuntos de política pública e social, ao menos somos bons no esporte. Não somos! Não somos um monte de coisas. Aliás é bom lembrar que a única medalha de ouro do Brasil nestes jogos até o momento em que escrevo veio do lugar mais inesperado. O nadador não patrocinado oficialmente, que paga seu treinamento por conta própria apoiado apenas pela família, morando nos EUA há mais de três anos.
* * *
Por tudo isto, acima de tudo, precisamos ser algo: conscientes de que o Brasil não o 'Brasil Olímpico' que querem nos fazer enchergar!

sábado, 9 de agosto de 2008

Legalidade=Imoralidade, a face dos extremos, ou a carta aos bancos

Prof Dra Sonia G Mokarzel escreveu:

CARTA ABERTA AO BRADESCO
(Com cópia para o Itaú, Citibank, Unibanco, etc, etc, etc....)

Senhores Diretores do Bradesco,

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia etc). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante. Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até um pouquinho acima.Que tal? Pois, ontem saí de seu banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de eqüidade e de honestidade.Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte, cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como todo e qualquer serviço. Além disso, me impõe taxas. Uma "taxa de acesso ao pãozinho", outra "taxa por guardar pão quentinho" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.Fazendo uma comparação, com a qual talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri. Para ter acesso aoproduto de seu negócio, os senhores me cobraram uma "taxa de abertura de crédito" -- equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pãozinho", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco. Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma "taxa de abertura de conta". Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", já que só é possível fazer negócios com o padeiro depois de aberta a padaria.Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "papagaios". Para liberar o "papagaio", alguns gerentes inescrupulosos cobravam um "por fora", que era devidamente embolsado. Fiquei com a impressão de que o banco resolveu se antecipar aos gerentes inescrupulosos, uma vez que agora, ao invés de um "por fora", temos muitos "por dentro".Tirei um extrato de minha conta -- um único extrato no mês -- os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00. Olhando mais atentatamente o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 para "manutenção da conta" -- semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$ 22,00 a cada trimestre -- uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo.Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quentinho".Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me atendeu entregou-me um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os se senhores esqueceram de me cobrar pelo ar que respirei enquanto estive nas instalações de seu banco.Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma.Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc. e tal. E, ademais, tudo o que estão cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados. De modo que sei que suas taxas são legais. Mas também sei que são imorais. Por mais que estejam aparadas pela lei, tais taxas são uma imoralidade.
Brasília, 30 de maio de 2006
"Alguém desconhecido" [Confesso que há muito queria ver circulando algo assim na Internet. Talvez o efeito multiplicador desperte algum alerta nesses ratos insaciáveis chamados "banqueiros". Só faltou acrescentar que procedimentos assim nos remetem àquela velha conhecida "taxa de segurança" aplicada pelas Máfias de qualquer lugar do mundo. Se você não paga, seu negócio sofre um incêndio ou você tem as pernas quebradas]

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

¡NO TE CALLES! - GENERACIÓN Y

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