
Para nós, o Mutá é símbolo desse homem em busca, elaborando planos de sobrevivência, confirmando sua vida com a floresta, e longe de qualquer afirmação de origem nacionalista de possíveis críticos, afirma uma condição de afirmação do homem, não do Estado, embora essas duas condições podem estar associadas.
Nosso idéal é a discussão em torno dessa cultura, suas ferramentas e homens. Como cada uma constrói sua identidade nessa multiplicidade de esferas e domínios onde somos tão pequenos. Por isso mesmo Hélio Melo nos conduz nesse primeiro passo, nos colocando outros horizontes e estradas, cortando caminhos e nos encontrando umas vezes para negociar o que o tempo e o esforço nos trouxe.
Por isso mesmo insisto no homem, ferramenta de agressão ao que fazem dele. Instrumento de ordenação de um caos posto. Modelo de ação, arbitrário, de como devemos ou não permanecer em espera. Caminhado nessas estradas de seringa e asfalto, entre o concreto e o macio chão das folhagens quase podres, uns dizendo algo, algo sem rumo, a precisar endireitar-se com o processo, num empreendimento anarquico de ódio e paixão.

Hélio Melo nos conduz a nós mesmos, ao centro dessa identidade sem volume e limite, fazendo assim, um existir em busca de um sentir-se agir.
A dar volume ao impossível
o improvável caso de tanta imagem
o convite foi lançado e cai entre os ouriços e corpos
estamos aqui e precisamos saber
que estamos
entre tantos
com palavras a dizer
e uma força a agredir.
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