Alpinista de Mutá

O início de tudo é uma conformação anti-caos. Queria dizer desse estado de coisas poéticas e poeirentas que vemos nas esquinas e seringais. Esse, do caos surgido, como resposta ao favor natural de conformar as falsas harmonias, pretende-se ao em espera do universo. Acredita poder surgir do conflito uma natureza e uma possibilidade de identidade (inda que arbitrária) que nos conduza a uma atitude de agressão ao espaço sedentário. É poesia isso. E inspira-nos Hélio Melo, autor da floresta, com sua representação do real. Conduz-nos o tempo e a sombra desse tempo, numa hora incerta a dar declarações sobre a pele do concreto e dos óbulos. Vamos caminhando, nos atrepando em árvores e rios, alpinistas de mutá, alcançado pouca coisa mais que a geometria curta dos dedos, mas sonhando extrair dali uma essência sublime para negociar a vida.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Foco de Aftosa no Acre prejudica exportação de carne!

  • Essa é a notícia dos sonhos de todos os 'índios invisíveis' do território não livre do Acre hoje! Pode parecer terrorismo para alguns falar sobre isto num momento tão 'glorioso' do estado, quando finalmente conseguimos ganhar status de área livre para exportação e trazer 'benefícios' para o Acre.
  • O único problema com tudo isto é que eu/tu/eles não, temos de lidar com o preço do kilo da carne de primeira passando de pouco mais de R$8,00 para muito mais que R$20,00 e continuar ganhando a mesma coisa no final do mês.
  • Quem tem gado no pasto está rindo à toa. A arrouba subiu, em menos de dois meses, de R$40,00 para R$100,00, que era a estimativa para o final do ano. O que significa que para o final do ano... prepare-se! Enquanto isto, quem não tem gado no pasto, só sente parte da manada, fica olhando de longe o desenvolvimento dos latifundiários que tem conceções de desmatamento de áreas protegidas sob proposta de manejo, manejando nossa inteligência, exportando maneira na calada da noite, carne à luz do dia, política inteligente 24 horas por dia e deixando todos os demais sem noção de tempo presente ou futuro.
  • Tomara que a Aftosa apareça aqui! Assim, muda a minha vida pra melhor. O desenvolvimento - poder comer a carne que os estrangeiros comem - pode chegar de verdade à minha mesa. Não terei que ver mais os aumentos abusivos e saber que, como todos os outros assuntos do território quase livre do Acre, os assuntos que importam diretamente aos 'índios invisíveis' que acabamos nos tornando, não sejam discutidos apenas entre aqueles que mudam os nossos horários e depois vão embora morar em Brasília, onde o dinheiro permite que seja sempre dia, chegue tarde no trabalho, só trabalhe três vezes por semana e viaje todos os fins de semana para visitar os invisíveis!

    Com esperança!

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