a Ocimar Leitão
Para onde foram os teus dentes de leite?
A fissura em teu peito me faz ver o destino do homem,
te conduziram a todos os lugares
em que eu não poderia ir.
E o segurança da festa
deixa-te entrar. Não é fascinante?
A moça desdentada chora em casa,
mal sabendo que é igual a todas as moças.
Rever o outdoor do Boticário,
um frêmito, vê as finanças,
é melhor não. Certo espectro vem-lhe noturnamente
e a faz sorrir com um riso negro.
A moça sem dentes tem seios bonitos
e o homem sem amor tem o sexo quente.
E eu que pensava que não existia mais poesia
vi um bebê azul nos braços da moça,
sem pai, mas feliz
mal sabendo que a vida é quimérica
e a sociedade é um organismo em decomposição.
*Do Deserto Provisório, livro no prelo, pro meio de agosto desse 2008, lançamento obscuro e limitado de poucos exemplares, anunciarei. O Manifesto da poesia acreana contempórânea...
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